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INPE apresenta monitoramento de florestas por satélites à comitiva asiática

Conhecer as políticas nacionais de combate ao desmatamento foi o objetivo da visita ao Brasil de uma comitiva de Myanmar – país localizado ao sul da Ásia Continental, liderada pelo ministro de Recursos Naturais e Conservação do Meio Ambiente, Ohn Win.
publicado: 14/07/2017 08h02 última modificação: 19/07/2017 08h03
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Alessandra Gomes, chefe do CRA, acompanhada da comitiva de Myanmar

O grupo de 11 pessoas desembarcou no Pará no dia 7 de julho, para, entre outros compromissos, conhecer as instalações do Centro Regional da Amazônia (CRA) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), referência em monitoramento de florestas tropicais por satélite.

Instalado no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá, em Belém, o CRA/INPE atua na produção de tecnologias para o monitoramento por satélite de florestas tropicais. Diante do avanço e relevância dessas produções, a passagem pelo Centro já se tornou parte fundamental das agendas de representantes internacionais preocupados em manter suas florestas em pé.

A delegação de Myanmar realizou visitas técnicas em Belém e Brasília, no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e Comunicações (MCTIC), para trocar experiências a respeito dos arranjos institucionais, incluindo os quadros político e normativo brasileiros, que permitiram a efetiva implementação pelo Brasil do mecanismo REDD+ para a mitigação das mudanças climáticas.

REDD+ é um incentivo desenvolvido no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) para recompensar financeiramente países em desenvolvimento por seus resultados de redução de emissões de gases de efeito estufa provenientes do desmatamento e da degradação florestal.

“Que o Brasil possui um sistema de monitoramento de florestas tropicais via satélite referência a nível global, muitos já sabem. Mas o que muitos ainda desconhecem é o fato do país oferecer suas tecnologias a países interessados em também preservar suas florestas”, ressalta Alessandra Gomes, chefe do CRA/INPE.

Durante a visita ao Centro, polo de difusão dessas tecnologias, a comitiva de Myanmar conheceu os projetos do INPE para o monitoramento da Amazônia, entre eles o PRODES – maior programa de monitoramento de florestas do mundo, em atuação desde 1988, e os três principais projetos em execução no CRA: TerraClassDETER-B e Capacitree -  Projeto de Capacitação em Monitoramento de Florestas por Satélite, iniciativa do INPE que gera material didático e treina técnicos através de cursos nas modalidades presencial e online, para que se tornem aptos a operar metodologias de monitoramento e assim sejam capazes de reproduzir em seus países o sistema brasileiro.

"Por conta da visibilidade e utilidade do assunto monitoramento de florestas tropicais, o INPE costuma receber visitas de países que procuram informações ou ainda que buscam locais para promover projetos de difusão de tecnologias utilizadas para os monitoramentos. A vinda da delegação de Myanmar ao CRA se soma a outras cinco visitas internacionais que já ocorreram somente este ano. Recebemos os embaixadores da Alemanha e Noruega, pesquisadores das Universidades de Boston (EUA), Leeds (Inglaterra) e Toulouse (França), o que indica que estamos indo pelo caminho certo, conseguindo difundir nossos projetos pelo mundo, que é uma das principais missões do CRA", completa Alessandra Gomes.

Integraram a comitiva asiática ao lado do ministro Ohn Win representantes de cinco ministérios, da Embaixada de Myanmar e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). No Pará, OhnWin destacou a importância de unir os setores econômicos e sociais em prol de um meio ambiente sustentável.