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INPE participa de cruzeiro científico na costa amazônica

Onde o Atlântico abraça o Amazonas - Em meio a tantas incertezas pairando sobre a ciência brasileira, uma equipe traz boas notícias para a área de oceanografia. Foi concluído na semana passada um cruzeiro científico na Margem Equatorial, entre o Amapá e o Maranhão. Pesquisadores de seis instituições brasileiras (UFRJ, UFES, UNIFESP, UFRRJ, INPE e JBRJ), em parceria com o Woods Hole Oceanographic Institution (EUA), percorreram...
publicado: 16/08/2017 10h54 última modificação: 06/02/2020 09h40

Onde o Atlântico abraça o Amazonas

Em meio a tantas incertezas pairando sobre a ciência brasileira, uma equipe traz boas notícias para a área de oceanografia. Foi concluído na semana passada um cruzeiro científico na Margem Equatorial, entre o Amapá e o Maranhão. Pesquisadores de seis instituições brasileiras (UFRJ, UFES, UNIFESP, UFRRJ, INPE e JBRJ), em parceria com o Woods Hole Oceanographic Institution (EUA), percorreram mais de 4.000 quilômetros a bordo do navio oceanográfico “Alucia”, durante 15 dias, acompanhados por um oficial da Marinha do Brasil. Foram adquiridos dados geofísicos, físico-químicos, biológicos e radiométricos na região do recém-descrito sistema recifal da Foz do Amazonas1. Além disso, foram realizadas mais de 20 horas de observações a bordo de dois submersíveis, em profundidades de até 400 metros.

“O mapeamento e a caracterização oceanográfica da costa amazônica são fundamentais para o gerenciamento ambiental e dos recursos marinhos. Ter a oportunidade de coletar dados in-situ para a validação de produtos de sensoriamento remoto nos é muito relevante”, declara Milton Kampel, Pesquisador Titular do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

Dentre os principais resultados desse esforço está a caracterização de vales e cânions ainda não mapeados, registros de esponjas e peixes até então desconhecidos na região, estudos do plâncton associado à mistura das águas do mar e do maior rio do planeta, imageamento das bioconstruções carbonáticas e algas calcáreas, e caracterização bio-óptica da região. As atividades foram complementadas por imagens de satélites enviadas pelo INPE e recebidas no navio em tempo real. Os resultados, ainda inéditos, fornecerão um panorama detalhado sobre a estrutura dos recifes e das comunidades biológicas a eles associadas. De acordo com Rodrigo Moura, professor da UFRJ e coordenador da expedição, “os dados obtidos alteram significativamente a visão que tínhamos sobre a Margem Equatorial, e trarão elementos importantes para subsidiar medidas para sua conservação e manejo”.

 

Contatos:

Milton Kampel (INPE), milton.kampel@inpe.br, (12) 3208-6501

  

1. Moura et al. (2016) An extensive reef system at the Amazon River mouth. Science Advances Vol. 2(4), e1501252. DOI: 10.1126/sciadv.1501252