Estudo publicado na revista “Regional Environmental Change” (Desmatamento na Amazônia Brasileira: O papel da ocupação de terras públicas não destinadas), com pesquisadores de instituições internacionais e brasileiras, coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), com a colaboração da pesquisadora Isabel Escada do Laboratório de Investigação de Sistemas Sócioambientais (LiSS) do INPE, alertam para a falta de monitoramento e de ações do poder público para coibir o avanço do desmatamento em grandes áreas de terras públicas não destinadas.

O estudo foi realizado no distrito de Matupi, município de Manicoré, localizado ao longo da rodovia Transamazônica, na região Sudeste do estado do Amazonas. Essa região tem apresentado altas taxas de perda florestal nos últimos anos, em terras que são ocupadas em grande parte por grileiros, posseiros e grandes fazendeiros. O avanço do desmatamento foi avaliado nesse estudo considerando a distribuição espacial das terras ocupadas, em relação à estrada, áreas protegidas e áreas públicas não designadas.

O estudo conclui que os ocupantes de terras com áreas maiores que 400 hectares se localizam em grande parte em áreas distantes da rodovia Transamazônica, apresentando 80% das florestas remanescentes.  São áreas que devem ter suas atividades intensamente monitoradas e coibidas pelos órgãos de controle e combate ao desmatamento, pois representam uma grande ameaça para a expansão das frentes de desmatamento da Amazônia. Contudo, observa-se uma tendência de facilitação do governo brasileiro em atender reivindicações ilegais para ocupação de terras públicas não destinadas, o que poderá implicar no futuro, em uma ampliação das áreas ocupadas e desmatamento em uma vasta área da Amazônia. Esse processo precisa ser revertido.

O Artigo está disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s10113-022-01897-0

A matéria publicada sobre o Artigo na Agência Bori está disponível em: https://abori.com.br/ambiente/invasoes-de-terras-publicas-criam-novo-polos-de-desmatamento-na-amazonia/

Figura: Aumento do desmatamento em anos recentes (2018 - 2019) mapeado pelo PRODES na área de Estudo.