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Artigo na Remote Sensing Letters avalia o desmatamento em áreas protegidas do Cerrado e seus impactos causados pelo fogo

Os pesquisadores de pós-doutorado Guilherme Mataveli e Michel Chaves e os pesquisadores Luiz Aragão e Yosio Shimabukuro, da DIOTG/INPE, em parceria com os pesquisadores Gabriel Pereira e Francielle Cardozo, da Universidade Federal de São João del-Rei, Scott Stark, da Michigan State University, e Gabriel de Oliveira e Jing Chen, da University of Toronto, avaliaram os impactos...
publicado: 10/03/2021 12h02 última modificação: 10/03/2021 15h36

Os pesquisadores de pós-doutorado Guilherme Mataveli e Michel Chaves e os pesquisadores Luiz Aragão e Yosio Shimabukuro, da DIOTG/INPE, em parceria com os pesquisadores Gabriel Pereira e Francielle Cardozo, da Universidade Federal de São João del-Rei, Scott Stark, da Michigan State University, e Gabriel de Oliveira e Jing Chen, da University of Toronto, avaliaram os impactos do desmatamento e de mudanças no uso e cobertura da terra sobre as emissões de material particulado fino por queimadas em áreas protegidas no bioma Cerrado no artigo Deforestation and Land Use and Land Cover Changes in Protected Areas of the Brazilian Cerrado: impacts on the fire-driven emissions of fine particulate aerosols pollutants, publicado na revista Remote Sensing Letters.

O Artigo está disponível em: www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/2150704X.2021.1875147

Os pesquisadores avaliaram os padrões históricos e recentes (biênio 2018–2019) de desmatamento em duas áreas protegidas do bioma Cerrado, as Áreas de Proteção Ambiental (APA) Rio Preto e Bacia do Rio de Janeiro, localizadas no Estado da Bahia, com o uso dos dados oficiais de desmatamento do Brasil provenientes do PRODES e do DETER, ambos desenvolvidos pelo INPE, e estimaram as emissões de material particulado fino por queimadas (PM2.5) a partir do modelo Brazilian Biomass Burning Emission Model with Fire Radiative Power  (3BEM_FRP), também desenvolvido por pesquisadores do INPE.

As duas áreas protegidas avaliadas ​​estão localizadas em uma das principais fronteiras agrícolas do Cerrado, o MATOPIBA, onde ocorre intensa pressão sobre a vegetação natural. Na APA Rio Preto, as taxas de desmatamento em 2018 e 2019 foram 73,5% e 188%, respectivamente, maiores que as observadas em 2017, enquanto na APA Bacia do Rio de Janeiro esse aumento foi de 23,9% e 312,3%, respectivamente, o que sugere que a delimitação deste tipo de área protegida sem monitoramento e fiscalização não é uma medida efetiva para conter o desmatamento no MATOPIBA. A maioria dos polígonos desmatados foram convertidos em agricultura ou pastagens, e tendências obtidas a partir do DETER apontam para taxas de desmatamento ainda mais altas nos próximos anos. A emissão anual de material particulado fino por queimadas não apresentou correlação com as taxas anuais de desmatamento, sugerindo que outros fatores como as condições meteorológicas e o manejo da terra apresentam grande influência sobre as emissões por queimadas nesta região do Cerrado.

 

Correlação entre a taxa anual de desmatamento e o total anual de material particulado fino

Figura: Correlação entre a taxa anual de desmatamento e o total anual de material particulado fino (PM2.5) emitido por queimadas nas Áreas de Proteção Ambiental Rio Preto (a) e Bacia do Rio de Janeiro (b) durante o período 2002-2019, distribuição espacial do PM2,5 emitido por queimadas e distribuição espacial dos focos de calor detectados pelos sensores MODIS durante o biênio 2018–2019.