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Artigo na Scientific Reports evidencia maiores magnitudes nos fluxos oceano-atmosfera

O artigo Oceanic eddy‑induced modifications to air–sea heat and CO2 fluxes in the Brazil‑Malvinas Confluence (Tradução: Modificações induzidas por vórtices oceânicos no calor ar-mar e fluxos de CO2 na Confluência Brasil-Malvinas) foi publicado no periódico Scientific Reports por pesquisadores do INPE - Laboratório de Estudos do Oceano e da Atmosfera (DIOTG): Luciano Pezzi...
publicado: 20/05/2021 16h29 última modificação: 20/05/2021 16h38

O artigo Oceanic eddy‑induced modifications to air–sea heat and CO2 fluxes in the Brazil‑Malvinas Confluence (Tradução: Modificações induzidas por vórtices oceânicos no calor ar-mar e fluxos de CO2 na Confluência Brasil-Malvinas) foi publicado no periódico Scientific Reports por pesquisadores do INPE - Laboratório de Estudos do Oceano e da Atmosfera  (DIOTG): Luciano Pezzi, Marcelo Santini, Jonas Carvalho, Eliana Rosa, Ueslei Sutil e Mylene Cabrera, além de Ronald Souza, da DIMNT e Joel Rubert, do CRS; e os pesquisadores: Arthur Miller (Instituto Scripps de Oceanografia), Cláudia Parise (UFMA), Mario Quadro (IFSC), Flávio Justino (UFV), Alexander Babanin e Joey Voerm  (Universidade de Melbourne, Australia), Ernani Nascimento (UFSM), Rita Alves e Gabriel Munchow (UFRGS)

Segundo os autores, em um estudo conduzido pelo LOA, durante o primeiro cruzeiro oceanográfico do projeto “Sistema de Modelagem e Observação da Antártica” (ATMOS) no âmbito do PROANTAR (CNPq/MCTI), amostrou-se um vórtice de águas quentes destacado da Corrente do Brasil. As anomalias da temperatura da superfície do mar (TSM) causadas pelo vórtice de núcleo quente no Oceano Atlântico Sudoeste exerceram uma influência crucial na modificação da camada limite atmosférica marinha (CLAM). Foram identificados os mecanismos de ajuste de pressão e mistura vertical que podem tornar a baixa atmosfera instável. Este vórtice quente também aumentou os ventos em superfície e os fluxos de calor do oceano para a atmosfera. As regiões oceânicas em latitudes médias e altas devem absorver o CO2 atmosférico e, portanto, são consideradas sumidouros, devido às suas águas frias. Porém, a presença deste vórtice quente em latitudes médias, circundado por águas predominantemente frias, fez com que o oceano atuasse localmente como uma fonte de CO2, para a atmosfera. A água quente superficial deste vórtice resultou em magnitudes maiores de todos os fluxos oceano-atmosfera estudados aqui. Este estudo adiciona à compreensão de como as estruturas de mesoescala oceânica, afetam a atmosfera sobrejacente.

O artigo está disponível em https://rdcu.be/ckYq0

Abaixo segue o resumo apresentado pelos autores:

As anomalias da temperatura da superfície do mar (SST) causadas por um redemoinho de núcleo quente (WCE) no Oceano Atlântico Sudoeste (SWA) representaram uma influência crucial na modificação da camada limite atmosférica marinha (MABL). Durante o primeiro cruzeiro para apoiar o projeto do Sistema de Modelagem e Observação da Antártica (ATMOS), um WCE que foi derramado na Corrente do Brasil foi amostrado. Além das medições meteorológicas tradicionais, usamos o método Eddy Covariance para medir diretamente os fluxos de calor sensível oceano-atmosfera, calor latente, momentum e dióxido de carbono (CO2). Foram identificados os mecanismos de ajuste de pressão e mistura vertical que podem tornar o MABL instável. O WCE também agiu para aumentar os ventos de superfície e fluxos de calor do oceano para a atmosfera. As regiões oceânicas em latitudes médias e altas devem absorver o CO2 atmosférico e, portanto, são consideradas sumidouros, devido às suas águas frias. Em vez disso, a presença deste WCE em latitudes médias, rodeado por águas predominantemente frias, fez com que o oceano atuasse localmente como uma fonte de CO2. A contribuição para a atmosfera foi estimada em 0,3 ± 0,04 mmol/m2/dia, calculada ao longo do período de amostragem. O coeficiente de velocidade de transferência de CO2 (K) foi determinado usando um ajuste quadrático e mostrou uma representação adequada dos fluxos oceano-atmosfera. O CO2 da atmosfera do oceano, o momentum e os fluxos de calor foram cada um intimamente correlacionados com a SST. O aumento da SST dentro do WCE resultou claramente em magnitudes maiores de todos os fluxos oceano-atmosfera estudados aqui. Este estudo adiciona à nossa compreensão de como as estruturas de mesoescala oceânica, como este WCE, afetam a atmosfera sobrejacente.

 

Figura: Imagens do Oceano Atlântico Sudoeste e área de estudo com as análises do Artigo.