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Artigo no Frontiers of Public Health correlaciona epidemiologia, biodiversidade e economia na Amazônia

O Artigo Epidemiology, Biodiversity, and Technological Trajectories in the Brazilian Amazon: From Malaria to COVID-19 (tradução: Epidemiologia, biodiversidade e trajetórias tecnológicas na Amazônia brasileira: da malária ao COVID-19) foi publicado no periódico Frontiers of Public Heath com participação de pesquisadores do LiSS – Laboratório de investigações em ...
publicado: 13/07/2021 15h59 última modificação: 13/07/2021 16h28

O Artigo Epidemiology, Biodiversity, and Technological Trajectories in the Brazilian Amazon: From Malaria to COVID-19 (tradução: Epidemiologia, biodiversidade e trajetórias tecnológicas na Amazônia brasileira: da malária ao COVID-19) foi publicado no periódico Frontiers of Public Heath com participação de pesquisadores do LiSS – Laboratório de investigações em Sistemas Socioambientais. A primeira autora é da Fundação Oswaldo Cruz, além de outros pesquisadores INPE, UFMG, UFPA, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, UFAC, Serviço Florestal Brasileiro e FGV.

O artigo discute as relações envolvidas na produção de um conjunto de doenças nos territórios da Amazônia mediadas pelas transformações da paisagem florestal derivadas da dinâmica da economia agrária no bioma. Há análise das relações saúde-ambiente usando a categoria analítica das Trajetórias Tecnológicas Rurais, desenvolvida pelo Economista e Prof. Francisco de Assis Costa (o Chiquito) e a sua expressão territorial. Há análise também das associações entre as opções de trajetórias econômicas e as situações epidemiológica e ambiental nos municípios do bioma.

O artigo está associado ao projeto SinBiose Trajetórias. O LiSS/INPE forma com a Fiocruz, UFPA, UNIFESSPA, UFMG FGV-RJ, UFAC e o SFB-Serviço Florestal Brasileiro e com a colaboração dos Departamentos de: Ecology and Evolutionary Biology da Universidade de Princeton e de Ecology and Evolution da Universidade de Chicago o time de instituições que integram o Trajetórias, um dos projetos do Centro de Síntese em Biodiversidade e Servicos Ecossistêmicos do CNPQ.

O artigo está disponível em https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fpubh.2021.647754/full

Segue abaixo o resumo apresentado pelos autores:

O bioma Amazônia está sob grave ameaça devido ao aumento das taxas de desmatamento e perda de biodiversidade e serviços ecossistêmicos, enquanto sustenta uma alta carga de doenças tropicais negligenciadas. Aproximadamente dois terços desse bioma estão localizados em território brasileiro. Lá, as transformações socioeconômicas e ambientais da paisagem estão ligadas à dinâmica da economia agrária regional, que se desenvolveu em seis trajetórias tecno-produtivas (TTs). Esses TTs são o produto da interação histórica entre as práticas, tecnologias e racionalidades camponesas e agricultoras e pecuaristas. Este artigo investiga a distribuição dos TTs dominantes na Amazônia brasileira e sua associação com a degradação ambiental e vulnerabilidade a doenças tropicais negligenciadas. O objetivo é fornecer uma estrutura para o debate conjunto das dimensões econômicas, ambientais e de saúde locais. Calculamos o TT dominante para cada município em 2017. As trajetórias de camponeses (TT1, TT2 e TT3) são dominantes em cerca de cinquenta por cento do território amazônico, principalmente concentrado em áreas cobertas por floresta contínua, onde a malária é uma importante causa de morbidade e mortalidade. As trajetórias da pecuária estão associadas às maiores taxas de desmatamento. Enquanto isso, as economias de fazendeiros e rancheiros estão se tornando trajetórias dominantes, abrangendo gado em grande escala e produção de grãos. Essas trajetórias estão associadas à rápida perda de biodiversidade e alta prevalência de doenças tropicais negligenciadas, como leishmaniose, doenças transmitidas por Aedes e doença de Chagas. No geral, esses resultados desafiam visões simplistas de que a trajetória de desenvolvimento dominante para a Amazônia otimizará indicadores econômicos, de saúde e ambientais. Esta abordagem estabelece as bases para uma narrativa mais integrada e consistente com a história econômica da Amazônia brasileira.

Trajetórias Tecnológicas Dominantes

Figura: Trajetórias Tecnológicas Dominantes (TT) nos municípios do bioma Amazônia em 2017. Destaque para os limites da Amazônia brasileira (Bioma Amazônia e Amazônia Legal)