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Artigo no Journal of South American Earth Sciences aborda o relevo específico da Amazônia Central
Os pesquisadores Márcio Valeriano e Dilce Rosseti da OBT/INPE mapearam os subdomínios gerais do relevo da Amazônia Central. Eles resumem abaixo o artigo que será publicado em dezembro de 2020 no Journal of South American Earth Sciences.
A caracterização geomorfométrica dos relevos da Amazônia central é especialmente desafiadora por causa de sua grande dimensão e da topografia uniformemente baixa das unidades sedimentares. Em tais condições, as técnicas comuns de geomorfometria geral têm se mostrado ineficazes para a caracterização do terreno e, mais severamente, para sua subdivisão. A geomorfometria específica é uma abordagem mais promissora, uma vez que os procedimentos podem ser adaptados para analisar as características particulares de cada contexto geomorfológico. Assim, a delimitação de subdomínios gerais é um requisito básico para o desenvolvimento de abordagens particularizadas aos diferentes estratos da Amazônia central. O artigo apresenta uma delimitação nos primeiros níveis hierárquicos do relevo da Amazônia Central a partir de dados SRTM nas classes de terreno altos, planalto sedimentar e planícies.
A supervisão visual contínua dos procedimentos e das intervenções foi baseada na interpretação de representações do MDE e de suas derivações, preparadas com técnicas de processamento de imagem. Classificações supervisionadas e álgebra de mapas foram combinadas em diferentes etapas do mapeamento de modo a reproduzir de formas direta e indireta os limites observados nos dados geomorfométricos e relacionados a conceitos fundamentais e mapas de referência. A síntese dos dados locais, a agregação das classes de relevo subordinadas e os procedimentos de generalização espacial foram planejados para atender a uma escala de apresentação compatível com 1: 2.000.000. Porém, a resolução do mapa digital foi mantida em 3 ”(cerca de 90 m) para permitir sua caracterização e subdivisão em análises futuras em escalas de trabalho de até 1: 100.000.
Os terrenos altos, de relevo influenciado pelas rochas do embasamento pré-Cambriano ao Cretáceo, foram inicialmente delimitados por combinações de altura e relevo relativo. A partição da área de planície remanescente (relevo sedimentar) em planaltos (Neógeno) e planícies (Quaternário) foi baseada no relevo residual (subtração do relevo regional dos dados de elevação detalhados). O relevo regional foi modelado como a superfície de tendência ajustada às elevações do relevo sedimentar. Os limites entre o planalto e as áreas de planície de inundação se apresentaram nivelados regionalmente no relevo residual, possibilitando o uso de limiares escalonados para compor o delineamento final. Embora a observação dos dados e fundamentos tenha fornecido critérios úteis e inequívocos para escolha das variáveis e análises, a metodologia aplicada nesse mapeamento deve ser considerada particularizada às condições do relevo da Amazônia central e ao delineamento destes subdomínios específicos em escala geral.
O artigo está disponível em https://doi.org/10.1016/j.jsames.2020.102842
Os destaques neste artigo são:
• As classes de relevo de maior nível hierárquico da Amazônia central foram delineadas com dados SRTM;
• O mapa delineado permite o desenvolvimento de análises de geomorfometria específicas para os subdomínios regionais;
• Conceitos, objetivos e dados de referência foram guias fundamentais para as decisões metodológicas.
Figura: Vista em perspectiva dos dados GTOPO30 DEM (USGS, 1997) da bacia do Amazonas. O destaque delimita a área de estudo. A imagem apresenta exagero vertical de 150 x e escala de elevação saturada em 540 m.