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Artigo no Quaterly Journal da RMetS permite melhorar simulações de tempo e clima

Artigo publicado no Quaterly Journal of the Royal Meteorological Society (2020) – Observations of air–sea heat fluxes in the southwestern Atlantic under high‐frequency ocean and atmospheric perturbations (Tradução: Observações de fluxos de calor na interface ar-mar no oceano Atlântico sudoeste durante perturbações atmosféricas e oceânicas de alta frequência) pelos pesquisadores ...
publicado: 19/01/2021 16h42 última modificação: 20/01/2021 11h37

Artigo publicado no Quaterly Journal of the Royal Meteorological Society (2020) – Observations of air–sea heat fluxes in the southwestern Atlantic under high‐frequency ocean and atmospheric perturbations (Tradução: Observações de fluxos de calor na interface ar-mar no oceano Atlântico sudoeste durante perturbações atmosféricas e oceânicas de alta frequência) pelos pesquisadores da DIOTG / INPE: Marcelo Santini, Ronald Buss Souza, Luciano Pezzi e Sebastiaan Swart, da Universidade de Gothenburg (Suécia) fornece dados importantes de fluxos turbulentos do sudoeste do Oceano Atlântico que permite melhorar simulações de tempo e clima na América do Sul. Marcelo Santini compõe a equipe do LOA (Laboratório de Estudos do Oceano e Atmosfera - DIOTG / INPE) e é pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Sensoriamento Remoto – INPE e resume abaixo o trabalho:

Os fluxos turbulentos de calor entre o oceano e a atmosfera foram calculados a partir de dados micrometeorológicos obtidos in situ em alta frequência durante dois cruzeiros de pesquisa realizados no sudoeste do Oceano Atlântico (SWAO) nos meses de junho de 2012 e outubro de 2014. Duas áreas distintas e dinâmicas foram amostradas pelos cruzeiros: a Confluência Brasil-Malvinas (CBM) e a Plataforma Continental do Sul do Brasil (SBCS). O método de covariância de vórtices (CV) foi usado para estimar os fluxos de calor sensível e latente. Este artigo compara essas novas estimativas em alta frequência dos fluxos de calor com parametrizações de bulk, método este amplamente utilizado pela comunidade científica, no mesmo local e tempo de forma independente a bordo dos navios. Ao comparar a CV e as séries temporais estimadas por bulk, os fluxos de calor sensível apresentaram uma boa concordância em sua magnitude e variabilidade, com pequenos vieses (geralmente <20 W · m − 2) nas duas áreas de estudo do SWAO. No entanto, as comparações dos fluxos de calor latente apresentaram grandes vieses variando de 75 W · m − 2 a 100 W · m − 2  na SBCS e CBM, respectivamente. Esses vieses foram associados a perturbações ambientais de alta frequência que ocorrem na atmosfera ou no oceano, sendo a maioria relacionada a eventos de rajadas de vento, grandes diferenças entre a temperatura ar e do mar e a intensos gradientes horizontais da temperatura da superfície do mar (TSM). As rápidas mudanças nas condições atmosféricas foram principalmente relacionadas à passagem de sistemas sinóticos nas duas áreas de estudo. As grandes diferenças entre a temperatura ar e do mar foram principalmente ligados às características da superfície do mar nas regiões da CBM e na SBCS, onde frentes oceanográficas com intensos gradientes horizontais de TSM estão localizadas. Esses resultados são capazes de contribuir para a melhora das simulações do tempo e do clima das latitudes médias a altas da América do Sul e do Oceano Atlântico, sendo essa região amplamente influenciada pelos padrões de TSM combinados com a propagação frequente de sistemas atmosféricos transientes.

O artigo está disponível em: https://rmets.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/qj.3905

 Temperatura da superfície do mar durante o estudo (junho)

 Figura 1: Campos horizontais da temperatura da superfície do mar para as duas regiões amostradas (SBCS e CBM).  As linhas contínuas com círculos brancos indicam as trajetórias percorridas pelos navios durante os experimentos (junho).

Temperatura da superfície do mar durante o estudo (outubro)

Figura 2: Campos horizontais da temperatura da superfície do mar para as duas regiões amostradas (SBCS e CBM).  As linhas contínuas com círculos brancos indicam as trajetórias percorridas pelos navios durante os experimentos (outubro).