Notícias
Artigo nos Anais da Academia Brasileira de Ciências mostra efeitos do degelo glacial na Antártica
A região Antártica vêm apresentando as mais altas altas temperaturas, e variações ambientais devido às mudanças climáticas nos ultimos anos. Com um oceano e uma atmosfera mais quentes, a instabilidade das camadas de gelo e das plataformas de gelo é mais pronunciada. Esses últimos processos afetam principalmente o abastecimento de água doce no Oceano Austral, o que pode afetar na formação e na exportação de massas de água, afetando, consequentemente, o clima global. Ao redor da Península Antártica, temos o Mar de Bellingshausen (a oeste) com águas mais quentes e maiores taxas de derretimento glacial e de gelo marinho, tipicamente com clima oceânico frio. E a leste, o Mar de Weddell apresenta uma geografia semifechada que sustenta condições muito mais frias, característicamente sob um regime polar-continental frio. O aumento da intrusão de água mais fria e mais leve no oceano afeta a estratificação da coluna d'água, influenciando sobre a formação de gelo marinho reduzindo as interações oceano-atmosfera e, consequentemente, afetando o ciclo global da água. O recente artigo intitulado "Glacial meltwater input to the ocean around the Antarctic Peninsula: forcings and consequences" (https://doi.org/10.1590/0001-3765202220210811) revisa os principais aspectos de cada processo relacionado ao ciclo da água e suas contribuições para a oceanografia e clima regional próximo à Península Antártica. Este trabalho é parte do Projeto Antarctic Modelling Observation System (ATMOS), liderado pelo Laboratório de Estudos do Oceano e da Atmosfera (LOA/DIOTG/INPE).
Mapa da Península Antártica com correntes oceânicas esquematicamente e massas de água da região