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Artigo publicado na Perspectives in Ecology and Conservation com participação de pesquisadores da DIOTG analisa região da AMACRO
Em artigo publicado na Perspectives in Ecology and Conservation, Marcos Adami e Ieda Sanches (Pesquisadores da DIOTG-INPE), Guilherme Mataveli (Pesquisador de Pós-Doutorado DIOTG-INPE/University of East Anglia) e Felipe Petrone (Mestrando em Sensoriamento Remoto - INPE) analisaram dados de degradação florestal, desmatamento e conversão de...
publicado:
09/02/2024 11h05
última modificação:
09/02/2024 12h01
Em artigo publicado na Perspectives in Ecology and Conservation, Marcos Adami e Ieda Sanches (Pesquisadores da DIOTG-INPE), Guilherme Mataveli (Pesquisador de Pós-Doutorado DIOTG-INPE/University of East Anglia) e Felipe Petrone (Mestrando em Sensoriamento Remoto - INPE) analisaram dados de degradação florestal, desmatamento e conversão de uso da terra na região de confluência entre AMazonas, ACre e ROndônia, popularmente conhecida como AMACRO. O artigo foi liderado por Michel Chaves (Professor na Universidade Estadual Paulista - UNESP, Campus de Tupã) e contou com a colaboração de Katyanne Conceição, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará.
Há uma iniciativa, instituída em 2018, para que esta região "abrigue" uma Zona de Desenvolvimento Sustentável (ZDS), a ZDS Abunã-Madeira, com foco em produção de soja. Ocorre que os estudos de impacto ambiental, econômico e social possuem lacunas que deixam dúvidas sobre sua viabilidade e sustentabilidade. O primeiro efeito colateral já é notório e detectável via imagens de satélite: desde o anúncio, os municípios que compõem a região têm apresentado elevação nos índices de degradação e perda florestal - maiores em relação ao período anterior e em níveis mais alarmantes que os apresentados em outras regiões da Amazônia, por exemplo. A junção entre especulação de terras, extração de madeira, queimadas e desmate por corte-raso para a abertura de pasto e campos de plantio representa o principal vetor da conversão em curso.
A análise aborda a capacidade que a iniciativa tem de prover melhorias à região, caso a produção agrícola seja diversificada e as devidas salvaguardas ambientais e estratégias de valorização do potencial produtivo e da floresta em pé local sejam implantadas. Ademais, prospecta que, sem isso, a mera imposição de um projeto desta magnitude em prol da monocultura tenderá a gerar mais prejuízos que benefícios - até mesmo à própria atividade agrícola - especialmente, no que tange à falta de aptidão local à implantação e manejo de diversas culturas e às já presentes mudanças no regime hídrico e no clima. Neste cenário, os impactos ambientais e socioeconômicos não seriam apenas locais; teriam abrangência muito maior.
A pesquisa foi financiada por: FAPESP, CNPq e CAPES. Link para acessar e ver mais detalhes:
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2530064424000099
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2530064424000099

Figura: AMACRO - o mais novo hotspot de desmatamento na Amazônia