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Centro do INPE contribui para formação acadêmica na Amazônia

Voltado ao desenvolvimento e difusão de geotecnologias para o monitoramento de florestas por satélites, o Centro Regional da Amazônia (CRA) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) também aposta na formação de novos talentos. Estagiários e bolsistas apoiados por agências fomentadoras atuam ao lado dos especialistas do CRA, em Belém (PA), reforçando parcerias entre o INPE e instituições de ensino.
publicado: 10/03/2017 10h00 última modificação: 18/10/2017 15h42
Um exemplo é a atuação de Tássio Cordeiro, estudante de Engenharia Cartográfica da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) que realiza seu projeto acadêmico sob a orientação de Luís Sadeck, consultor e especialista em Geoprocessamento do CRA/INPE.
 
Bolsista do Programa de Capacitação Institucional (PCI) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Tássio Cordeiro e sua equipe do quarto período de Engenharia Cartográfica estão desenvolvendo um espectrorradiômetro – equipamento com sensores capazes de medir o comportamento da luz, considerando os comprimentos de onda do visível até a faixa do infravermelho próximo. 
 
O espectrorradiômetro é um aparelho para medir a intensidade de um comprimento de onda e assim obter a característica de um objeto. A interação da luz com materiais naturais ou artificiais produz um sinal chamado de reflectância, que é a fração de luz incidente refletida pela superfície. Essa medida, quando comparada com um padrão que reflete totalmente a luz incidente, indica o que se chama no sensoriamento remoto de curva ou assinatura de reflectância espectral. É essa curva que indica propriedades físico-químicas dos materiais, permitindo que eles sejam diferenciados entre si.
 
Para o desenvolvimento de um protótipo de espectrorradiômetro em pouco tempo e com baixo custo, os estudantes da UFRA utilizaram arduíno (um tipo de placa para projetos onde se pode gravar algoritmos), alguns sensores fotorresistores LDR (sensíveis a intensidade luminosa) filtrados através de papel pigmentado. “Com o equipamento conseguimos gerar uma curva que irá caracterizar as seguintes regiões do espectro: azul, verde, vermelho e infravermelho próximo. Estamos na fase de finalização da construção e início da calibração”, diz o estudante.
 
O objetivo futuro é desenvolver um espectrorradiômetro de fato, propiciando a troca dos sensores e principalmente trocando os filtros, já que o papel pigmentado foi utilizado apenas para um teste inicial, visto o prazo para a entrega do projeto na universidade. O que se tem, portanto é algo que simula um filtro de verdade, já que um deste não é economicamente acessível e requer uma produção sob medida.
 
“Neste momento o equipamento terá quatro sensores, que vão do azul e passam pelo verde, vermelho e infravermelho próximo. Para se chegar num nível final de espectrorradiômetro, se faz necessário um sensor melhor e conhecimento. Conhecimento que esses estudantes estão adquirindo agora, montando o equipamento, sabendo como cada parte funciona, como calibrar”, diz o orientador Sadeck.
 
O consultor do CRA/INPE, Luís Cortinhas, também auxiliou o estudante e contou sobre sua participação no projeto. “Eu me identifiquei com a proposta, porque já havia feito na faculdade alguns projetos de sensor. O Tássio precisava ser orientado na parte de hardware. Auxiliei no que se refere a sistemas embarcados, que se traduz primeiro na escolha dos equipamentos eletrônicos a serem utilizados, depois na montagem e em seguida no desenvolvimento do software. O diferencial desse projeto é justamente a premissa da utilização de equipamentos com baixo custo”, disse Cortinhas. 
 
Na UFRA, o projeto é coordenado pelos professores Fábio Hatano e João Almiro. Os estudantes envolvidos são todos do quarto período de Engenharia Cartográfica: Tássio Cordeiro, Vinicius Caravela, Nicolas Rodrigues e Luís Alves.