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Colaboração Brasil–Reino Unido investiga estrutura do fitoplâncton por satélite
O artigo “Phytoplankton size structure in a subtropical area from ocean colour and its applications” publicado no Journal of Marine Systems, é resultado da colaboração de pesquisadores do Laboratório Multiusuário de Monitoramento Oceânico por Satélite (MOceanS), da Divisão de Observação da Terra e Geoinformática (DIOTG), Coordenação Geral de Observação da Terra (CGCT), INPE, Brasil, do Plymouth Marine Laboratory do Reino Unido e do Laboratório de Química Analítica da Universidade Federal Fluminense.
O estudo utilizou uma série temporal de concentração de clorofila-a estimada por satélite no período entre 2002 e 2021, para estimar as classes de tamanho do fitoplâncton (“Phytoplankton Size Classes” – PSCs, em inglês) com base em modelos baseados na abundância do fitoplâncton e no coeficiente de absorção de luz pelo fitoplâncton ajustados regionalmente para a margem continental sudeste brasileira. O conjunto de dados foi utilizado para analisar a variabilidade espaço-temporal das PSCs e correlações entre a temperatura da superfície do mar (TSM), clorofila-a (Chla) e frações de tamanho do fitoplâncton. Um índice climático (MEI) foi utilizado para investigar a influência do ENSO na região de estudo. Os resultados indicam uma influência do ENSO na estrutura da comunidade fitoplanctônica da costa sudeste do Brasil, Oceano Atlântico Sudoeste. As PSCs derivadas de satélite, utilizando ambos os modelos, provaram ser um recurso confiável para estudos ecológicos e climáticos, podendo contribuir para o estudo do impacto de outros fenômenos climáticos na região. Estudos adicionais para aprimorar a precisão dos modelos de estimativa das PSCs também são essenciais e merecem um esforço de pesquisa adicional.
A Figura 1 mostra os resultados dos coeficientes de correlação significativos entre o índice Multivariado do ENSO (MEI) e variáveis oceanográficas e bio-ópticas como: temperatura de superfície do mar (sea surface temperature – SST, em inglês), concentração de clorofila-a (Chla), coeficiente de absorção de luz pela matéria orgânica dissolvida colorida (adg), coeficiente de retroespalhamento de luz pelo material particulado (bbp) e as frações do micro e nanofitoplâncton (Fmn), no período de 2002 a 2021, com base em dados do sensor MODIS/Aqua (para as variáveis bio-ópticas) e no produto de SST GHRSST MUR.
O trabalho completo pode ser acessado em <https://doi.org/10.1016/j.jmarsys.2024.104036>.
Figura1. Correlação do índice multivariado do ENSO (MEI) com variáveis oceanográficas, bio-ópticas e de classes de tamanho do fitoplâncton na margem continental sudeste brasileira, no período 2002-2021. SST - Temperatura de superfície do mar, Chla – concentração de clorofila-a, adg - coeficiente de absorção de luz pela matéria orgânica dissolvida colorida, bbp - coeficiente de retroespalhamento de luz pelo material particulado, Fmn - frações do micro e nanofitoplâncton.