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Estudo combina séries temporais de produtos MODIS e HLS para analisar fenologia da vegetação no Cerrado

Utilizando dois produtos de satélite, o estudo avaliou os impactos da precipitação e do fogo na determinação de métricas fenológicas da vegetação no Parque Nacional das Emas (PNE). A pesquisa foi conduzida pela pós-graduanda em Sensoriamento Remoto Monique Calderaro da Rocha Santos, sob a orientação de...
publicado: 17/06/2025 15h00 última modificação: 17/06/2025 15h00

Utilizando dois produtos de satélite, o estudo avaliou os impactos da precipitação e do fogo na determinação de métricas fenológicas da vegetação no Parque Nacional das Emas (PNE). A pesquisa foi conduzida pela pós-graduanda em Sensoriamento Remoto Monique Calderaro da Rocha Santos, sob a orientação de Lênio Soares Galvão e Thales Sehn Korting, e a colaboração de Graziele Rodigheri. O artigo foi publicado no periódico Remote Sensing e pode ser acessado por meio dos seguintes links:

Website: https://www.mdpi.com/2072-4292/17/12/2077

PDF Version: https://www.mdpi.com/2072-4292/17/12/2077/pdf

Para o cálculo das métricas fenológicas, foi utilizado o software TIMESAT, em conjunto com os produtos MOD13Q1 do sensor MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer), com resolução espacial de 250 metros, e HLS (Harmonized Landsat Sentinel), com resolução ajustada para 30 metros. Para avaliar os efeitos da precipitação, os autores identificaram os ciclos sazonais mais secos e mais úmidos no período de 2002 a 2023, analisando as relações entre a precipitação acumulada durante a estação chuvosa e cada uma das 13 métricas fenológicas geradas pelo TIMESAT. A análise dos efeitos do fogo considerou três grandes eventos: 1º de setembro de 2005 (atingindo 45% da área do parque), 12 de agosto de 2010 (90%) e 10 de julho de 2021 (21%) (Figura 1). O evento de 2021 foi analisado em detalhe, utilizando uma área controle e os dados do produto HLS, abrangendo os ciclos sazonais anteriores e posteriores à queimada.

Composições coloridas falsa-cor do Parque Nacional das Emas (PNE)

Figura 1. Composições coloridas falsa-cor do Parque Nacional das Emas (PNE), utilizando as bandas do Landsat NIR, SWIR-1 e SWIR-2 nas cores RGB, respectivamente. As imagens dos sensores TM/Landsat-5 (superior), ETM+/Landsat-7 (central) e OLI/Landsat-8 (inferior) retratam a paisagem antes e depois dos eventos de fogo ocorridos em 1º de setembro de 2005 (atingindo 45% da área do parque), 12 de agosto de 2010 (90%) e 10 de julho de 2021 (21%), respectivamente. Na parte inferior, são apresentadas as localizações dos sítios selecionados como controle (não queimados) e queimados, sobre a imagem de 24 de julho de 2021. As áreas queimadas aparecem em azul escuro, enquanto a recuperação da vegetação nas áreas queimadas é representada em vermelho.

Os resultados indicaram que as métricas mais fortemente correlacionadas positivamente à precipitação foram: Amplitude (AMP), Fim da Estação (EOS), Integrais Sazonais Elevada e Reduzida (LSI e SSI), e Taxa de Aumento no Início da Estação (RIBS). Os coeficientes de correlação mais altos foram observados em áreas de formações savânicas do Cerrado, que apresentaram menor impacto do fogo em comparação às áreas de formações campestres. Tendências semelhantes foram identificadas no comportamento das métricas AMP, EOS e SSI em resposta tanto à precipitação quanto ao fogo, sendo que o fogo demonstrou exercer uma influência mais significativa.

Ao isolar os efeitos do fogo da influência da precipitação, por meio da área de controle, observou-se que as métricas Nível de Base (BL), Integrais Sazonais Reduzida (SSI), Fim da Estação (EOS), Amplitude (AMP) e os Valores no Início e no Fim da Estação (VSS e VES) foram as mais sensíveis ao fogo e à subsequente recuperação da vegetação nas áreas queimadas. Os impactos do fogo foram evidentes na maioria das métricas analisadas, tanto durante o ciclo de distúrbio quanto no ciclo pós-fogo.

O artigo destacou a importância da combinação das séries temporais do MODIS e do HLS para compreender a fenologia da vegetação no Cerrado. Métricas fenológicas obtidas por satélites podem ser utilizadas para avaliar a dinâmica da vegetação do Cerrado em resposta a secas severas e sua resiliência a eventos climáticos extremos, permitindo descrever sua sensibilidade às mudanças ambientais, tanto locais quanto globais.

O artigo pode ser acessado em:

Santos, M.C.R.; Galvão, L.S.; Korting, T.S.; Rodigheri, G. Effects of Precipitation and Fire on Land Surface Phenology in the Brazilian Savannas (Cerrado). Remote Sens. 2025, 17, 2077. https://doi.org/10.3390/rs17122077