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GeoPantanal discute desenvolvimento sustentável do bioma

Pesquisadores, estudantes e profissionais de diversas regiões do País e da América Latina estão reunidos esta semana em Jardim, no Mato Grosso do Sul (MS) para discutir a aplicação das geotecnologias em estudos de preservação e desenvolvimento sustentável do Pantanal. De 20 a 24 de outubro ocorre o 7º GeoPantanal, encontro voltado...
publicado: 22/10/2018 16h08 última modificação: 22/10/2018 16h31

Pesquisadores, estudantes e profissionais de diversas regiões do País e da América Latina estão reunidos esta semana em Jardim, no Mato Grosso do Sul (MS) para discutir a aplicação das geotecnologias em estudos de preservação e desenvolvimento sustentável do Pantanal. De 20 a 24 de outubro ocorre o 7º GeoPantanal, encontro voltado à apresentação de pesquisas e estudos técnicos aplicados ao bioma e à região do entorno, situada também na Bolívia e Paraguai.

“As geotecnologias são muito importantes para ajudar no desenvolvimento do estado de Mato Grosso do Sul e do País”, disse a pesquisadora Beatriz Silva, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), na abertura do 7º Simpósio de Geotecnologias no Pantanal. O diretor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (IFMS) – campus Jardim, Nilson Oliveira da Silva, destacou o esforço para trazer o evento para o município, lembrando que a região é muito sensível e por isso ampliar o contato com esse conhecimento é fundamental.

Entre as principais contribuições do GeoPantanal estão a capacitação de diversos alunos e professores, por meio de cursos e palestras sobre ferramentas úteis para aplicação no bioma, além do fortalecimento da rede de instituições de ensino e pesquisa e do desenvolvimento de pesquisas e tecnologias focadas em ajudar a solucionar problemas da região pantaneira, de acordo com o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Informática Agropecuária, Stanley Oliveira.

O vice-reitor da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Laércio Alves de Carvalho, reforçou a presença das principais referências nacionais e internacionais para discutir ciência, tecnologia e inovação em geotecnologias no interior do estado, distante dos grandes centros urbanos, ajudando a fortalecer a rede de desenvolvimento local e regional.

Para o coordenador do evento, Laércio Namikawa, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o principal objetivo do GeoPantanal sempre foi promover discussões no tema para criar uma rede integrada também pelas instituições locais que atuam na bacia do Alto Rio Paraguai, beneficiando a comunidade acadêmica e a população.

Ainda estiveram presentes à cerimônia de abertura: o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Cultura, Olavo Júnior, o coordenador de Economia e Estatística da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semagro), Daniel Frainer, além de outros representantes de instituições públicas e privadas.

O Zoneamento Ecológico Econômico e a distribuição espacial das atividades econômicas em Mato Grosso do Sul (MS) foram apresentados na palestra de abertura do simpósio. O professor Daniel Frainer, da Semagro, mostrou a proposta desse zoneamento para o estado, que integra um conjunto de ações voltadas para alterações do meio ambiente visando à exploração racional dos recursos, melhora da qualidade de vida da população e preservação ambiental.

Capacitação em geotecnologias

Com o objetivo de oferecer oportunidade de atualização em ferramentas tecnológicas, foram realizados cinco cursos durante o GeoPantanal, nos campi do IFMS e da UEMS. Cerca de 50 estudantes e professores participaram dos treinamentos ocorridos em 20 e 21 de outubro.

O sensoriamento remoto por aeronaves remotamente pilotadas foi um dos temas abordados. O professor Tony Vinicius Moreira Sampaio e o mestrando Otacílio Lopes de Sousa da Paz, da Universidade Federal do Paraná, falaram sobre os principais desafios e potencialidades dessas tecnologias. Eles explicaram quais são os principais softwares usados, recursos técnicos, aspectos legais e regulamentação

O curso sobre as geotecnologias aplicadas ao ensino e a práticas escolares procurou conscientizar especialmente professores da rede pública sobre a importância desse conhecimento para atividades educacionais. A professora Naomi Anaue Burda, da Geoeduc, explicou a necessidade de se abordar esse tema, que normalmente não faz parte do conteúdo acadêmico da formação dos educadores. Para ela, o contato com esses instrumentos é fundamental para os profissionais que vão atuar no mercado de trabalho e para os que estão em sala de aula ensinando estudantes que já têm uma vivência com as novas tecnologias.

A experiência em geotecnologias aplicadas ao mapeamento, planejamento e agricultura de precisão foi apresentada por Cleber Gonzales de Oliveira, da Embraer/Visiona, Hiran Zani e Thiago Gonçalves Rodrigues. A estudante de Geografia da PUC Minas Camila Stael, ex-estagiária da Embrapa Pantanal (Corumbá, MS) disse que gostou muito do curso e está se envolvendo mais na questão das geotecnologias. O principal interesse é usar as ferramentas para contribuir com a sustentabilidade de processos de produção, ampliando os recursos de inovação tecnológica para ajudar tanto o meio ambiente como o setor produtivo.

Outro curso prático tratou dos sistemas TerraHidro e TerraApp, com os pesquisadores Sergio Rosim e Laércio Namikawa, do INPE. As ferramentas são úteis para o gerenciamento de recursos hídricos e áreas de proteção permanente. A construção de banco de dados com o software livre QGIS e a replicação de informações via web foram o tema do curso ministrado pelos geógrafos Edson Antonio Mengatto Junior, doutorando em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e João Luis dos Santos, consultor da Embrapa Informática Agropecuária.

O 7º GeoPantanal é organizado pela Embrapa Informática Agropecuária, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) – Unidade Universitária de Jardim, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) – campus do Pantanal-Corumbá, Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) – campus Universitário de Cáceres, e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (IFMS) – campus Jardim.

Conta com apoio e patrocínio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), organização não governamental WWF, Mineração Bodoquena S.A. e Visiona Tecnologia Espacial. Além das instituições organizadoras, o 7º GeoPantanal tem apoio institucional da Revista Ra’Ega, Instituto Geoeduc e Associação de Especialistas Latinoamericanos em Sensoriamento Remoto (Selper).

Fonte:  Nadir Rodrigues (MTb 26.948/SP)
              Embrapa Informática Agropecuária (informatica-agropecuaria.imprensa@embrapa.br)