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INPE e IBAMA realizam validação de dados inéditos do DETER em Rondônia
Em mais um passo de aprimoramento contínuo do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER), técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) realizaram entre os dias 23 e 27 novembro último, missão de validação dos alertas de desmatamento obtidos pelo sistema DETER na região de Porto Velho (RO). Na ocasião foram vistoriados in loco 101 áreas de remoção florestal apontadas pelo DETER, sendo que em 100 delas (99%) foram confirmadas como desmatamento corte raso recente e desmatamento com vestígio de vegetação no local, corroborando a eficácia deste sistema de monitoramento.
Participaram da missão Juan Doblas - bolsista do Programa de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia e demais Biomas (PMAZ+) do INPE, Edson Sano e Daniel Freitas - analistas ambientais do Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais (Cenima) do IBAMA. As etapas de planejamento da missão foram acompanhadas pelas equipes técnicas de ambas as instituições. Ao todo os técnicos percorreram aproximadamente 3.630 km a bordo de um helicóptero cedido pelo IBAMA.
O objetivo principal foi validar alertas de desmatamento emitidos pelo DETER entre 01 e 21 de novembro de 2020. A versão do sistema validado utiliza imagens do radar de abertura sintética (SAR), a bordo do satélite Sentinel 1 (banda C) para a detecção das alterações da cobertura florestal em áreas específicas da Amazônia Legal. As imagens do Sentinel são distribuídas sem custo pela Agencia Espacial Europeia (ESA). Edson Sano sintetiza que “pelo que foi visto em campo, a versão do DETER com base em imagens de radar atende aos requisitos e está pronta para ser utilizada pela fiscalização do IBAMA de forma operacional nas suas atividades, com significativos ganhos no monitoramento em tempo quase real”.
A tecnologia de imageamento com uso de satélites SAR é adequada para áreas que estão sujeitas a intensa cobertura de nuvens, como é o caso da Amazônia em certos períodos do ano, e está sendo integrada pela primeira vez aos dados do DETER e hoje monitora aproximadamente 480.000 km2 na Amazônia. Como as informações produzidas ainda estão em fase final de homologação e validação, seus dados não foram tornados públicos, sendo o acesso franqueado ao IBAMA e demais órgãos ligados a fiscalização do desmatamento na Amazônia Legal.
Com a implementação desta nova tecnologia nos dados do DETER, o INPE manterá a detecção em tempo real durante todo ano, garantindo fornecimento de produtos cada vez mais aperfeiçoados e adequados ao monitoramento do desmatamento tanto na Amazônia brasileira como para demais biomas.
Figura 1: Desmatamento em fase final de consolidação detectado em imagem Sentinel 1 e apontada pelo DETER (Lat: -09.2558 Lon: -62.4692)
Figura 2: Desmatamento corte raso detectado em imagem Sentinel 1 e apontada pelo DETER (Lat: -08.3588 Lon: -64.0079)