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MOceans/DIOTG participa de pesquisa colaborativa
Por Milton Kampel, Lab. MOceanS, INPE/CGCT/DIOTG
No próximo sábado, dia 03/06/2023, o Navio de Pesquisa Walton Smith, da Universidade de Miami, EUA, zarpará do porto de Caiena, na Guiana Francesa em direção à Margem Equatorial Brasileira, trazendo a bordo uma equipe de pesquisadores do INPE/CGCT/DIOTG, Brasil e da Univ. of South Florida, Woods Hole Oceanographic Institute, Virginia Institute of Marine Science e University of Southern California, EUA. Este cruzeiro oceanográfico é uma realização de 2 projetos de pesquisa complementares – MUDBANCS e TROCAS, financiados pela Fundação Nacional de Ciência (NSF), EUA e FAPESP, Brasil.
Figura 1 – Navio de pesquisa Walton Smith (Crédito: Univ. Miami).
O INPE estará representado pelo seu Laboratório de Monitoramento Oceânico por Satélite (MOceanS), da Divisão de Observação da Terra e Geoinformática (DIOTG), Coordenação-Geral de Ciências da Terra (CGCT), coordenado por Milton Kampel. De acordo com Kampel, este cruzeiro será uma excelente oportunidade para amostrar o continuum da pluma do Rio Amazonas em uma época de alta descarga do rio no Oceano Atlântico Tropical Ocidental, ainda um pouco antes do período típico de retroflexão da Corrente Norte do Brasil (Julho-Setembro). As amostragens in situ a serem obtidas a bordo por Andréa L. Oliveira, oceanógrafa do MOceanS, serão complementadas por observações de satélites e modelagem numérica hidrodinâmica (em colaboração com a UFRJ). É fato que a Margem Equatorial Brasileira vem recebendo grande atenção recentemente devido ao interesse na exploração de óleo e gás na região e preocupações ambientais.
Figura 2 – Campo semanal de salinidade na superfície do mar médio estimado com dados do sensor orbital SMAP (26/05/2023). Área de amostragem do cruzeiro oceanográfico indicada pelo polígono vermelho (Crédito: Aline M. Valerio).
Quer saber um pouco mais sobre os projetos MUDBANCS e TROCAS?
MUDBANCS - Resolvendo o mistério por trás de uma pergunta icônica: O que acontece com a matéria orgânica terrestre no oceano? (PIs: Brad Rosenheim, Univ. South Florida e Valier Galy, Woods Hole Oceanographic Institution).
O projeto MUDBANCS busca uma nova compreensão mecanicista e quantitativa do destino do carbono orgânico terrestre no oceano costeiro ao largo do Rio Amazonas, reconciliando a natureza refratária de uma fração do carbono orgânico terrestre resistente à oxidação marinha. Serão obtidas amostras da coluna de água e sedimentos superficiais de bancos de lama ativos e sistemas fluviais que drenam o Escudo das Guianas e incluem o delta do Amazonas. Serão aplicadas novas técnicas isotópicas (separação termoquímica e extração química, juntamente com análise de isótopos) para análise dos sedimentos, a fim de obter quantidades reais de membros finais do carbono orgânico terrestre nos sedimentos marinhos.
https://www.nsf.gov/awardsearch/showAward?AWD_ID=1851494&HistoricalAwards=false
TROCAS - Pontos Cegos Biogeoquímicos ao longo do Continuum do Baixo Rio Amazonas: da Terra para a Atmosfera e Oceano (PI: Jeffrey Richey, Universidade de Washington, EUA e Universidade de São Paulo/CENA, Brasil). O projeto TROCAS é cofinanciado pela FAPESP São Paulo Excellence Chair (SPEC) e NSF, EUA.
O projeto TROCAS examina, em diferentes escalas, os processos que governam a advecção e a reação do carbono no Baixo Rio Amazonas e ao longo da plataforma continental adjacente no Oceano Atlântico Tropical. Os objetivos do projeto são: (i) redefinir o endmember do Rio Amazonas (a evolução espaço-temporal nas propriedades químicas do Baixo Rio Amazonas na pluma no Oceano Atlântico Tropical adjacente) por meio de campanhas de campo e sensoriamento remoto de parâmetros ópticos que podem ser correlacionados com a pressão parcial do CO2; (ii) desvendar a dinâmica biogeoquímica da maré por meio de medições detalhadas ao longo do ciclo da maré no Baixo Amazonas, com base em perfilagens acústicas de correntes pelo efeito Doppler (ADCP) e medições biogeoquímicas integradas; (iii) rastrear assinaturas de ecossistemas em transição, com foco nas assinaturas proteômicas do metabolismo microbiano; (iv) desenvolver um modelo hidrodinâmico e biogeoquímico para fornecer o contexto quantitativo de integração dos resultados na avaliação da troca líquida de ecossistemas (net ecosystem exchange).
Figura 3 - L/M Mirage, retornando da 9ª expedição realizada no baixo Rio Amazonas em maio/2023 (Crédito: Jeff Richey).