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Novo algoritmo aprimora estimativas de clorofila-a na margem continental brasileira

Um estudo realizado por pesquisadores do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS, França), em colaboração com o Laboratório Multiusuário de Monitoramento Oceânico por Satélite (MOceanS/DIOTG/CGCT/INPE), apresenta um novo algoritmo para estimar a...
publicado: 08/09/2025 16h33 última modificação: 08/09/2025 16h35

Um estudo realizado por pesquisadores do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS, França), em colaboração com o Laboratório Multiusuário de Monitoramento Oceânico por Satélite (MOceanS/DIOTG/CGCT/INPE), apresenta um novo algoritmo para estimar a concentração de clorofila-a na superfície do mar, ajustado às condições da margem continental brasileira.

O artigo, intitulado “Combination of neural network models for estimating Chlorophyll-a over turbid and clear waters (CONNECT)”, foi publicado no periódico Frontiers in Remote Sensing e está disponível em: https://doi.org/10.3389/frsen.2025.1570827.

O algoritmo CONNECT combina dois modelos de redes neurais, cada um otimizado para diferentes condições ópticas: um para águas oligotróficas (dominadas pela clorofila) e outro para águas opticamente complexas (influenciadas por partículas não algais em suspensão e matéria orgânica dissolvida colorida). A escolha e ponderação dos modelos são feitas com base em probabilidades que indicam o tipo de água analisada, permitindo uma adaptação flexível a diversos ambientes.

O desenvolvimento utilizou um amplo conjunto de dados in situ de clorofila (N = 5.358) e de reflectância de sensoriamento remoto, organizados em grupos de calibração, validação e teste. Os resultados mostraram que o CONNECT superou algoritmos amplamente utilizados, como o OC3M e o MuBR, ao ser aplicado às bandas espectrais do sensor MODIS (satélite Aqua/NASA). Além disso, o novo algoritmo também é aplicável a outros sensores, como MERIS, OLCI (Sentinel-3) e MSI (Sentinel-2).

Os avanços trazidos pelo CONNECT são especialmente relevantes para regiões costeiras, baías e estuários, onde as condições ópticas são mais complexas, contribuindo para estimativas mais precisas da clorofila-a e fortalecendo o monitoramento ambiental e a pesquisa oceanográfica.

O estudo integra o projeto COCOBRAZ, desenvolvido com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP, 2021/04128-8) e da Agence Nationale de la Recherche (ANR, ANR-21-CE01-0026).

Fluxograma e imagens para validação do algoritmo CONNECT

Figura 1 – (A) Fluxograma metodológico do processo de desenvolvimento e validação do algoritmo CONNECT. (B) Imagem da concentração de clorofila-a estimada pelo algoritmo CONNECT em 13 de julho de 2019 com dados do sensor MODIS-Aqua.  (C, D, E) Gráficos de dispersão em escala logarítmica da concentração de clorofila-a in situ (Chl-a eixo x) e da estimada pelo CONNECT (Chl-a eixo y) (C), OC3M (D) e MuBR (E).