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Pesquisa liderada por Doutoranda do INPE usa dados Full-Waveform LiDAR no estudo de sucessões secundárias na Amazônia
O artigo "Characterizing Canopy Structure Variability in Amazonian Secondary Successions with Full-Waveform Airborne LiDAR" (tradução: Caracterizando a variabilidade da estrutura de dosséis de sucessões secundárias na Amazônia usando dados LiDAR de forma de onda completa) é resultante do Doutorado em Sensoriamento Remoto de Aline Daniele Jacon, sob supervisão de Lênio Soares Galvão (INPE) e Ricardo Dalagnol (JPL/NASA e UCLA - EUA).
O artigo foi publicado este mês no periódico Remote Sensing com colaboração de pesquisadores de diferentes instituições nacionais e estrangeiras. O artigo está disponível em: https://www.mdpi.com/2072-4292/16/12/208
De forma resumida, o trabalho, com suporte do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), investigou modificações na estrutura vertical de sucessões secundárias na Amazônia. Estudou-se um gradiente variando desde estágios iniciais (1 a 10 anos) até avançados (21 a 33 anos) de regeneração da vegetação secundária. Os dados FWF LiDAR aerotransportado foram adquiridos no contexto do Projeto EBA. A análise foi feita em duas regiões climáticas distintas na Amazônia, considerando dados de déficit hídrico. Um total de 14 métricas FWF LiDAR, extraídas de 25 linhas de voo, cobriram quatro amplas categorias de dados em termos de estrutura da vegetação (Altura, Picos, Sub-bosque e Decomposição Gaussiana). As métricas foram determinadas usando o software Waveform LiDAR for Forestry eXtraction (WoLFeX) software (v1.1.1). Também se verificou a taxa de recuperação relativa da vegetação secundária com estas métricas e a possibilidade de se separar estágios de sucessão secundária com Random Forest (RF). Os resultados mostraram significantes diferenças das métricas FWF entre estágios de crescimento secundário da vegetação e entre regiões climáticas. A região com maior déficit hídrico apresentou uma taxa mais baixa de recuperação relativa das métricas, especialmente nos estágios iniciais de sucessão secundária. Na discriminação destes estágios, as métricas mais importantes foram as de Altura e Decomposição Gaussiana, com a região hidricamente mais estressada apresentando um valor ponderado de F1-escore superior ao observado na região mais úmida. Quando as métricas de sucessão secundária foram comparadas com valores correspondentes aos de áreas próximas de Floresta Primária, que serviram como referência na análise, os resultados indicaram uma recuperação relativa substancialmente mais forte nos primeiros 10 anos após o abandono da terra. Regiões com menores taxas de recuperação relativa podem requerer um planejamento de longo termo mais elaborado para assegurar sucesso no fornecimento adequado de serviços ecossistêmicos na Amazônia. Mais detalhes do estudo podem ser vistos na referida publicação e no Material Suplementar associado.
Figura 1: Artigo na Remote Sensing
Figura 2: Ilustração dos Dados Full-Waveform LiDAR no estudo de sucessões secundárias na Amazônia