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Pesquisa mostra o efeito de borda sobre a perda de carbono em espécies florestais hiperdominantes na Amazônia brasileira

O artigo “Degradation exposure scenario in the Brazilian Amazon: Edge effect on hyperdominant C-cycle tree species” (tradução: Cenário de exposição à degradação na Amazônia brasileira: efeito de borda em espécies arbóreas hiperdominantes do ciclo C) foi publicado em junho no periódico Forest Ecology and Management da ScienceDirect. A pesquisadora Maria Isabel S. Escada (DIOTG/CGCT/INPE...
publicado: 17/05/2024 17h40 última modificação: 01/07/2024 17h38

O artigo “Degradation exposure scenario in the Brazilian Amazon: Edge effect on hyperdominant C-cycle tree species” (tradução: Cenário de exposição à degradação na Amazônia brasileira: efeito de borda em espécies arbóreas hiperdominantes do ciclo C) foi publicado em junho no periódico Forest Ecology and Management da ScienceDirect. A pesquisadora Maria Isabel S. Escada (DIOTG/CGCT/INPE e integrante do LiSS-INPE) participou do Artigo, liderado pelo INPA e com participação também da  Universidade James Cook (Austrália).

O artigo pode ser acessado livremente através do link https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S037811272400238X

O resumo do artigo segue abaixo:

A Bacia Amazónica influencia fortemente o ciclo global do carbono, armazenando milhares de milhões de toneladas de carbono num número relativamente pequeno de espécies de árvores “hiperdominantes”. No entanto, o estoque de carbono da Amazônia está ameaçado pelas mudanças no uso da terra. Nas manchas florestais restantes, as árvores próximas à borda da floresta apresentam vários efeitos físicos e bióticos que alteram o crescimento e a sobrevivência das plantas. Para avaliar como os efeitos de borda influenciam a mortalidade de árvores e o armazenamento de carbono, investigamos a ocorrência de espécies de árvores hiperdominantes na Amazônia brasileira entre 1988 e 2021. Avaliando registros de árvores de uma rede de parcelas permanentes e coleções de herbário, descobrimos que 22% dos registros de ocorrência de árvores foram em áreas desmatadas, 35% dentro de 1km da borda da floresta e 43% em floresta contínua. Em escala local na Amazônia Central, dados de monitoramento de árvores ao longo de 30 anos revelaram que árvores hiperdominantes de fragmentos florestais tiveram o dobro da taxa de mortalidade de árvores de floresta contínua devido a efeitos de borda durante os 15 anos seguintes ao estabelecimento da borda. Embora as árvores em fragmentos tenham apresentado um crescimento inicial mais elevado, este padrão diminuiu ao longo dos anos e acabou por resultar numa perda significativa de carbono, principalmente devido à mortalidade das árvores. Os efeitos de borda levaram a declínios anuais na biomassa dos remanescentes florestais, sugerindo que as espécies hiperdominantes também são suscetíveis a perturbações que levam à degradação e perdas florestais. A conservação das florestas amazônicas requer uma abordagem que considere os efeitos das perturbações locais nos estoques de carbono da região.

 Ocorrência das espécies arbóreas hiperdominantes na Amazônia brasileira.

 Figura: Ocorrência das espécies arbóreas hiperdominantes na Amazônia brasileira (a); Proporção de ocorrências destas espécies em áreas desmatadas, áreas de borda e  áreas florestadas (b); Distâncias das ocorrências destas espécies da borda e aumento acumulado em categoria de distâncias.