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Pesquisadores do LabISA – INPE em colaboração com NASA, USGS e Mississipi State University publicam artigo mostrando necessidade de cautela no uso de dados prontos do Landsat para aplicações em ambientes aquáticos.

Em artigo recente publicado na revista Limnology and Oceanography Letters (https://aslopubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/lol2.10344) pesquisadores do LabISA-INPE com colaboração de parceiros internacionais avaliaram a acurácia dos dados de reflectância de superfície obtidos de imagens Landsat disponibilizadas em plataformas de nuvem, como o...
publicado: 31/08/2023 09h56 última modificação: 31/08/2023 10h11

Em artigo recente publicado na revista Limnology and Oceanography Letters (https://aslopubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/lol2.10344) pesquisadores do LabISA-INPE com colaboração de parceiros internacionais avaliaram a acurácia dos dados de reflectância de superfície obtidos de imagens Landsat disponibilizadas em plataformas de nuvem, como o Google Earth Engine. Para isto, pontos coletados durante mais de 20 anos por diversos grupos no mundo todo foram usados como validação (Figura 01).  

Dados de validação

Figura 01. Dados de validação usados no estudo. 

Foi observado que a acurácia dos dados é boa, principalmente para os sensores mais novos (Landsat-8/OLI e Landsat-9/OLI-2). Essa acurácia cai quando os sensores mais antigos (Landsat-5/TM e Landsat-7/ETM+) são considerados (Figura 02), apesar de se manter ainda abaixo de 40% para a faixa do verde e vermelho. Entretanto, foi observado que há problemas, principalmente quando séries temporais longas são avaliadas.

   Comparação entre os valores medidos (in situ) e os obtidos por satélite 

Figura 02. Comparação entre os valores medidos (in situ) e os obtidos por satélite para cada um dos três sensores.

Os pesquisadores mostram que pode haver uma tendência de diminuição da reflectância ao longo dos anos, que pode estar relacionada a variações radiométricas do sensor à acurácia na correção atmosférica e não necessariamente à mudança na qualidade da água. Esses achados podem ter grandes implicações, principalmente quando se considera que os produtos disponíveis no GEE de refletância de superfície vêm sendo usados amplamente na comunidade de limnologia e sensoriamento remoto aplicado a ambientes aquáticos. Sem a clareza e sobre sua acurácia, principalmente na avaliação de séries temporais, a análise das tendências pode levar conclusões equivocadas sobre mudanças de longo prazo em ecossistemas aquáticos. Neste sentido, os pesquisadores recomendam cautela a toda a comunidade de Sensoriamento Remoto e limnologia que utilizam tais produtos em combinação (constelações virtuais). Há a necessidade de que produtos com correção atmosférica e calibração radiométrica adequadas a ambientes aquáticos sejam disponibilizados em plataformas de nuvem como o GEE.

Série temporal de reflectância obtida para cada um dos sensores

Figura 03. Série temporal de reflectância obtida para cada um dos sensores.