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Satélite sino-brasileiro CBERS-4 supera tempo de vida no espaço

Lançado em 7 de dezembro de 2014 da base chinesa de Taiyuan, o CBERS-4 já supera a expectativa de vida útil no espaço, estimada em três anos. O desempenho em órbita e a qualidade das imagens geradas pelo satélite comprovam a maturidade da indústria nacional e a competência da engenharia espacial brasileira.
publicado: 07/12/2018 16h42 última modificação: 07/12/2018 16h44

Lançado em 7 de dezembro de 2014 da base chinesa de Taiyuan, o CBERS-4 já supera a expectativa de vida útil no espaço, estimada em três anos. O desempenho em órbita e a qualidade das imagens geradas pelo satélite comprovam a maturidade da indústria nacional e a competência da engenharia espacial brasileira.

Os dados do CBERS-4 servem para monitorar desmatamentos, verificar desastres naturais, a expansão da agricultura e das cidades, entre outras aplicações.

Em quatro anos de operação, mais de 550 mil imagens do satélite foram distribuídas a órgãos governamentais, instituições de ensino e iniciativa privada. Destas, aproximadamente meio milhão estão sendo usadas por empresas dos setores agrícola, florestal e de mineração.

Para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), responsável no Brasil pelo Programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite), a forte demanda do setor privado demonstra que as imagens do satélite agregam valor aos negócios, como fonte de informações estratégicas.

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O programa é gerenciado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) e Administração Nacional Espacial da China (CNSA), tendo como executores técnicos o INPE e a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST). Atualmente, o INPE se prepara para o lançamento do sexto satélite da parceria, o CBERS-4A, que ocorrerá em 2019.

Classe mundial

O CBERS-4 é um satélite de classe mundial, que leva a bordo duas câmeras brasileiras (MUX e WFI) e duas chinesas (PAN e IRS). A câmera MUX possui resolução de 20 metros, revisita de 26 dias, quatro bandas no visível e infravermelho próximo, produzindo imagens coloridas RGB de alta qualidade, comparáveis às produzidas pelos melhores satélites de sua classe em todo o mundo.

A câmera WFI, de campo largo de 900km, possui resolução de 63m, imagens também coloridas RGB e uma revisita de 5 dias, o que faz dela a mais utilizada em aplicações como o monitoramento em tempo real de desmatamento. A câmera chinesa PAN possui resolução em RGB de 10m e de 5m quando usada no modo pancromático. Já a IRS possui bandas no infravermelho médio e termal.

O próximo satélite, o CBERS-4A, terá duas câmeras brasileiras similares às do CBERS-4 (MUX e WFI) e uma chinesa (WPM). A câmera MUX (com a nova altitude do satélite) irá gerar imagens de 16m de resolução, e revisita de 31 dias. A câmera WFI terá resolução de 55m e uma revisita de 5 dias. A câmera chinesa WPM terá resolução de 2m em modo pancromático e de 8m em RGB. Assim, o CBERS-4A atenderá a demanda por imagens de média resolução e, também, parcela relevante da demanda nacional por alta resolução.

O Programa CBERS nasceu de uma parceria inédita entre Brasil e China no setor técnico-científico espacial firmada em 1988 e que completou 30 anos em julho. Com ela, o Brasil ingressou no seleto grupo de países detentores da tecnologia de geração de dados de sensoriamento remoto, tão importante em um país com as dimensões do nosso.

Os satélites com as características dos da família CBERS inseriram Brasil e China na categoria dos países detentores dos satélites mais utilizados em todo o mundo, como Estados Unidos (Programa Landsat - atualmente Landsat-8 - da NASA/USGS), Índia (Resourcesat) e União Europeia (satélites SENTINEL 2A e 2B do programa europeu Copernicus). Suas especificações refletem o compromisso técnico entre resolução espacial, espectral e ciclo de revisita que atende à maioria das aplicações de satélites em todo o mundo.

Mais informações: www.cbers.inpe.br