DETER

O DETER é um levantamento rápido de alertas de evidências de alteração da cobertura florestal na Amazônia, feito pelo INPE. O DETER foi desenvolvido como um sistema de alerta para dar suporte à fiscalização e controle de desmatamento e da degradação florestal realizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e demais órgãos ligados a esta temática.

De maio de 2004 a dezembro de 2017, o DETER  operou com base nos dados do sensor MODIS a bordo do satélite Terra, que apresenta resolução espacial de 250 m. Com este instrumento é possível detectar apenas alterações na cobertura florestal com área maior que 25 hectares. Devido à cobertura de nuvens nem todos os alterações são identificados pelo DETER. A menor resolução dos sensores utilizados pelo DETER durante este período era compensada pela capacidade de observação diária, tornando o sistema uma ferramenta ideal para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novas alterações provocadas na cobertura florestal. Durante esta fase o DETER emitiu mais de 70.000 alertas de alteração da cobertura florestal totalizando aproximadamente 88.000 km2. O acervo gerado até dezembro de 2017 do DETER pode ser acessado em: http://www.dpi.inpe.br/prodesdigital/dados/deter_modis_2004_2017/

Em agosto de 2015 o INPE começa a operar uma nova versão do DETER, em resposta a alteração do padrão de áreas desmatadas na Amazônia. Atualmente, a maior parte dos polígonos de desmatamento possui área unitária menor que 25 hectares. Neste contexto o DETER passou a  identificar e mapear, em tempo quase real, desmatamentos e demais alterações na cobertura florestal com área mínima próxima a 3 ha.

Para isso são utilizadas imagens dos sensores WFI, do satélite Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS-4) e AWiFS, do satélite Indian Remote Sensing Satellite (IRS), com 64 e 56 metros de resolução espacial respectivamente. Os dados são enviados diariamente ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) sem restrição de área mínima mapeada, entretanto, para o público em geral os polígonos são disponibilizados com dimensão mínima de 6,25 ha, permitindo dessa maneira o estabelecimento de um critério de comparação com os dados gerados pelo projeto PRODES.

A identificação do padrão de alteração da cobertura florestal é feita por interpretação visual com base em cinco elementos principais (cor, tonalidade, textura, forma e contexto) e utiliza a técnica de Modelo Linear de Mistura Espectral (MLME), conjuntamente com sua imagem multiespectral em composição colorida para mapear as seguintes classes:

> DESMATAMENTO: Desmatamento com solo exposto, Desmatamento com vegetação e Mineração
> DEGRADAÇÃO: Degradação, Cicatriz de incêndio florestal
> EXPLORAÇÃO MADEIREIRA: Corte Seletivo Tipo 1 (Desordenado) Corte Seletivo Tipo 2 (Geométrico)

O DETER captura apenas parte das alterações ocorridas, devido à menor resolução das imagens/sensores utilizadas e as restrições de cobertura de nuvens. Em função da cobertura de nuvens variável de um mês para outro a comparação entre dados de diferentes meses e anos obtidos pelo sistema DETER deve ser feita criteriosamente.

Os dados do DETER podem incluir processos de desmatamento ocorridos em períodos anteriores ao do mês de mapeamento mas cuja detecção não fora antes possível por limitações de cobertura de nuvens. É preciso distinguir entre o tempo de ocorrência e a oportunidade de detecção que é dependente do regime de nuvens.

O INPE enfatiza que o DETER é um sistema expedito de Alerta desenvolvido metodologicamente para suporte à fiscalização. A informação sobre áreas é para priorização por parte das entidades responsáveis pela fiscalização e não deve ser entendida como taxa mensal de desmatamento. O número oficial do INPE para medir a taxa anual de desmatamento por corte raso na Amazônia Legal brasileira é fornecido, desde 1988, pelo projeto PRODES.

O DETER é fruto da cooperação entre Coordenação-Geral de Observação da Terra (OBT) e o Centro Regional da Amazônia (CRA) e está inserido como ação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) no Grupo Permanente de Trabalho Interministerial (GPTI) para a redução dos índices de desmatamento da Amazônia legal, criado por decreto presidencial de 3 de Julho de 2005. O GTPI é parte do Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), lançado em 15 de março de 2004.

Os resultados das detecções, por classe, estado, município e unidades de conservação federais estão disponíveis via consulta espacial no portal TerraBrasilis onde é possível fazer o download em formato shapefile (*.shp) e os resultados das estatísticas por período de tempo estabelecido pelo usuário podem ser visualizados via dashboard em:

http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/

A metodologia e as estatísticas de validação do DETER publicadas em artigo científico está disponível em:

https://doi.org/10.1109/JSTARS.2015.2437075

Para contato, dúvidas, sugestões acessem aqui
Veja também:

DETER INTENSO

Metodologia PRODES - DETER (Edição revisada em Agosto/2022)
Apresentação (em vídeo) do Programa Amazônia e outros Biomas
Metodologia DETER (versão 2.0 - 09/07/2008)
Relatório técnico científico contendo avaliação detalhada do DETER 2006/2007,
produzido pelo INPE em 04/2008

Avaliação do INPE sobre o relatório da emitido pela SEMA/MT em 03/2008
Relatório de avaliação do DETER, PRODES, DEGRAD e QUEIMADAS para 2008


 


Licença Creative Commons 
Os dados do Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real do DETER foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.